Foto divulgação - Rancho Bequinha
A preocupação com o meio ambiente está
mobilizando o Rotary Club de Ribeirão Bonito – município com cerca de 12 mil
habitantes na região Central do Estado de São Paulo – para uma atividade
inédita. No dia 19 de setembro, em comemoração ao “Rotary Day”, vai ser
realizado um Dia de Campo, em parceria com a Embrapa Instrumentação (São Carlos
– SP), para a instalação de uma unidade demonstrativa da Fossa Séptica
Biodigestora.
A tecnologia já conta com
mais de seis mil unidades instaladas pelo Brasil, desde 2001, com impactos
econômicos, sociais e, principalmente, ambientais, ao deixar de contaminar o
lençol freático com o esgoto humano.
Prioridade
para a água
De acordo com o advogado
Fabio Rohrer Zeraik, presidente do Rotary Club de Ribeirão Bonito, “uma das seis áreas de
enfoque que nosso Presidente do Rotary Internacional, Gary C. K. Huang
e nossa Governadora Distrital Maria Augusta Freitas Carvalho, solicitam atenção
dos mais de 1.206.618 rotarianos no mundo - sendo mais de 55 mil brasileiros, divididos em 38 Distritos e
2.352 Clubes - é a denominada Recursos
Hídricos e Saneamento”.
Zeraik
destaca que “neste ano Rotário
2014-15, chamado de Ano Luz,
pretendemos priorizar a proteção
ao meio ambiente, razão pela qual procuramos a parceria da Embrapa para
que consigamos divulgar melhor e, em especial, junto às áreas rurais de nosso
município, o que é possível fazer para se evitar a contaminação de nosso lençol freático, aliado à solução
de baixo custo que a Fossa Séptica Biodigestora proporciona, além de gerar
produto que diminuirá as despesas dos produtores com adubação do solo”.
O
presidente do Rotary Club de Ribeirão Bonito acrescenta que “a instalação do
Jardim Filtrante também tem o mesmo enfoque, ou seja, proteger os Recursos Hídricos e, do
Clorador Embrapa, além deste objetivo, ainda se encaixa em outra área de
enfoque rotária, Prevenção e Tratamento
de Doenças, evitando o consumo de águas possivelmente contaminadas, bem
como a proliferação de doenças (hepatite, diarréia, tifo e giardíase)”.
“De nada adiantaria apenas um proprietário rural dispender de valores
necessários para a instalação dos três sistemas desenvolvidos pela Embrapa se
não conseguir multiplicar a
informação, ao menos aos seus vizinhos e até mesmo a outros moradores da zona
rural de municípios vizinhos, os quais consomem água do mesmo lençol e podem
evitar a contaminação deste se tiverem mais informações. Assim, pensamos em
realizar o Dia de Campo para
aproveitar a oportunidade da instalação na centenária Fazenda São José – Lote Sede, a qual está sendo reformada, já tendo adequado os
encanamentos para utilização dos sistemas mencionados (águas de banho e pias
separadas das águas do vaso sanitário)”.
Economia para a sociedade
Os
participantes do dia de campo terão a oportunidade de ver uma palestra com o
pesquisador Wilson Tadeu Lopes da Silva, da Embrapa Instrumentação (São Carlos
– SP), unidade responsável pelo desenvolvimento da tecnologia, sobre os
problemas oriundos de fossas rudimentares – as chamadas fossas negras -, as
consequências para a saúde e os benefícios proporcionados da Fossa Séptica
Biodigestora.
Segundo estudo realizado
pela pesquisadora da Embrapa Instrumentação, Cinthia Cabral da Costa e pelo
professor Joaquim José Martins Guilhoto, da USP, cada R$1,00 investido na
instalação da Fossa Séptica Biodigestora, traz como retorno à sociedade um
valor aproximado de R$4,60. Isto se deve a vários fatores como redução da
demanda pelo sistema público de saúde, diminuição dos dias de trabalho perdidos
por afastamento por saúde, maior produtividade agrícola, aumento da renda do
produtor, entre outros.
A
montagem do sistema
A montagem de um
conjunto básico da tecnologia, projetado para uma residência com cinco
moradores, é feita com 3 caixas d´água de 1000L (fibrocimento, fibra de vidro,
alvenaria, ou outro material que não deforme), tubos, conexões, válvulas e
registros. A tubulação do vaso sanitário é desviada para a Fossa Séptica
Biodigestora, onde o esgoto doméstico, com o auxílio de um pouco de esterco
bovino fresco, é tratado e transformado em adubo orgânico pelo processo de
biodigestão anaeróbia.
As caixas devem ficar
enterradas no solo para que o sistema tenha um isolamento térmico e, assim, não
ocorram grandes variações de temperatura. A quantidade de caixas deve aumentar
proporcionalmente ao número de pessoas na família. O custo do material muda
conforme a região do Brasil e costuma variar entre R$1.200,00 e R$1.600,00.
Edilson Fragalle, Jornalista (MTb 21.837/SP)
Embrapa Instrumentação
instrumentação.imprensa@embrapa.br - (16)
2107-2807
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